terça-feira, 21 de abril de 2009


Cine Física

Olá!Nesta coluna termos a oportunidade de avaliar em uma perspectiva mais científica algumas obras cinematográficas. Você deve lembrar-se daquelas estrondosas explosões que ouvimos no espaço em alguns filmes ou a diminuição do período de oscilação do Homen-Aranha quando ele aumenta o comprimento da sua teia. Isso nos passa despercebido quando estamos assistindo empolgadamente aquele tão esperado filme, mas nada escapa aos olhos críticos dos nossos colunistas Robson Tarso e Rawlinson Ibiapina que fizeram trabalhos de conclusão de curso e monografia de especialização sobre esse tema. Depois de visitar esta coluna você nunca mais assistirá um filme como antes.


Filme: Eu Robô


FICHA TÉCNICA:

Direção: Alex ProyasRoteiro: Jeff Vintar e Akiva GoldsmanArgumento: Jeff VintarSugerido pelo livro de Isaac Asimov, Eu, RobôProduzido por: Laurence Mark, John Davis, Topher Dow e Wyck GodfreyProdutores Executivos: Will Smith e James LassiterDesenho de Produção: Patrick TatopoulosMontagem: Richard Learoyd, Armen Minasian e William Hoy, A.C.E.Co-Produtor: Steven R. McGlothenMúsica: Marco BeltramiSupervisor de Efeitos Visuais: John NelsonFigurinos Elizabeth Keogh PalmerELENCO:Detetive Del Spooner: Will SmithDra. Susan Calvin: Bridget MoynahanSonny: Alan TudykDr. Alfred Lanning: James CromwellLawrence Robertson: Bruce GreenwoodTenente John Bergin: Chi McBride


SINOPSE
Chicago, 2035. Em um cenário futurista surge o detetive Del Spooner (Will Smith) e logo percebemos que algo o incomoda no ambiente que o envolve: robôs dividem espaços com seres humanos nas ruas daquela cidade, se encarregando das chamadas tarefas mais pesadas do dia a dia social - são lixeiros, entregadores, trabalhadores domésticos.Spooner é um policial atormentado por um trauma recente que amplifica sua desconfiança em relação aos robôs. Para ele, a qualquer momento uma dessas máquinas irá comprovar sua tese de que não se pode confiar em robôs. Para todas as outras pessoas, essa é uma tese paranóica, já que todos os humanóides (robôs com forma similar à humana) saem das linhas de produção da poderosa companhia U.S. Robots programados com as três leis da robótica:
Primeira Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano seja ferido;
Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto se tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei;
Terceira Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e/ou a Segunda Leis.


Este é o código criado pelo cientista Alfred Lanning (James Cromwell) que, segundo a garantia da U.S. Robots e a crença geral da população, determina total proteção contra a famosa "síndrome de Frankenstein", pela qual a criatura tende a voltar-se contra seu criador.É nesse ambiente que se passa Eu, Robô, superprodução dos estúdios da Fox norte-americana inspirada em um livro de contos homônimo do escritor russo-americano Isaac Asimov (1920-1992, criador original das chamadas leis da robótica) que chega às telas brasileiras nesta quinta-feira, 5 de agosto. O filme explora as possíveis contradições que podem subverter a razão das leis da robótica e que permitam que os robôs venham a se transformar em uma ameaça à humanidade.Eu, Robô - dirigido por Alex Proyas (de Cidade das Sombras e O Corvo) - trabalha seu roteiro passando da discussão filosófica sobre a possibilidade de o ser humano criar uma máquina que possa desenvolver inteligência suficiente para tornar-se completamente autônoma para a ação policial tão cara à produções cinematográficas de Hollywood.A trama (desde sua origem, nos contos de Asimov, e também no próprio roteiro do filme, de Jeff Vintar e Akiva Goldsman) traz elementos que são referências de histórias que alimentam o universo da cultura ocidental como: Frankenstein (a criatura que se volta contra o criador) e Pinóquio (a criatura que quer ser gente) na literatura; Blade Runner (a luta pela sobrevivência dos andróides e a procura por seu criador), 2001 - Uma Odisséia no Espaço (a máquina que assume o controle em lugar do homem) e Inteligência Artificial (a humanização de um andróide), no cinema; e outras até mais prosaicas, como a série de TV Ciborg (que retrata o implante de próteses biônicas em um ser humano) e o desenho animado Os Jetsons (quem não se recorda da arrumadeira da família, com seu corpo de metal vestindo avental e touca de doméstica?).Evidente que como toda boa superprodução dos Estados Unidos, um herói (Spooner) - que em um primeiro momento é considerado um outsider - vai se defrontar com dramas provocados pelo inesperado (não para ele), onde o desenvolvimento da inteligência artificial foge ao controle do criador, a ponto de essa "consciência eletrônica" poder reinterpretar da forma que lhe parece mais adequada as regras estabelecidas nas leis da robótica.Os efeitos especiais são um capítulo à parte. Mas como a excelência nesta área vem estabelecendo novos parâmetros a cada produção desde o primeiro episódio da série Matrix, esses efeitos acabam sendo diluídos na trama de forma a serem praticamente acessórios. É claro que sem o uso desses efeitos, a trama pareceria muito menos verossímil. Vale lembrar ainda que o robô que se torna centro da trama, Sonny, é representado pelo ator Alan Tudyk, sobre cuja atuação é montada uma "maquiagem eletrônica" para que o exemplar se encaixe no desenho padrão dos modelos NS-5 (Assistente Doméstico Automático) produzidos pela U.S. Robots.Durante a trama, é interessante observar a evolução de Sonny, um robô "único", desenhado e criado pelo doutor Alfred Lanning - principal pesquisador e um dos fundadores da U.S. Robots - para ser especial. Ele demonstra emoções, sentimentos e tem a capacidade especial de sonhar (capacidade que vai até se transformar em um dom premonitório, como se verá ao final do filme).O roteiro é também feliz ao envolver a interpretação de símbolos retirados da literatura - a partir do livro João e Maria, clássico dos Irmãos Grimm - para enredar sua trama. O problema é quando as questões filosóficas e literárias dão espaço à pancadaria característica de filmes estrelados por Will Smith. Mas para quem gosta de ação desse tipo, é um prato cheio.


ERROS COMETIDOS
Quando Spooner encontra Sonny pela primeira vez, ele saca a arma do coldre de seu ombro, mas o robô a chuta e o detetive é obrigado a pegar a outra arma, de seu tornozelo. Ao chegar no térreo, a arma de Spooner cresceu e ele a coloca no coldre no ombro, pegando a primeira no chão.
Quando Spooner vai salvar seu amigo da rebelião de robôs, ele diz à garota para sair da moto e esperar. Ele, então, pega o veículo e sai em alta velocidade por uns 15 segundos. No entanto, a garota consegue alcançá-lo a tempo de atirar no robô que iria atacá-lo, e ela não está nem ofegante.
O vídeo que Spooner assiste na casa do doutor mostra o cronômetro voltando. Ele vai até 24 segundos, a câmera corta por uns 10 segundos (mas continuamos ouvindo o vídeo) e, quando volta a mostrá-lo, o tempo está em 26.
Pouco antes de entrar no escritório de Robertson, depois de subir as escadas, Spooner está atrás de Sonny com uma lanterna. Apesar de a luz brilhar no robô e na porta atrás dele, sua sombra não aparece.
A ponte sobre o rio Michigan não poderia existir na realidade. Ela entraria em colapso, já que os cabos de suspensão não atingem a outra torre na ponte. Se não há uma segunda torre, ainda seria tecnicamente possível, mas os cabos seriam diferentes. Eles seriam esticados, não curvados.
Se o corpo do Dr. Lanning tivesse caído daquela altura, ele estaria muito mais deformado.
Quando Spooner vai à casa do Dr. Lanning, ele estaciona o carro e espera a porta abrir completamente, o que demora alguns segundos. Depois que ele sai, a porta é mostrada ao fundo, fechando. Na tomada seguinte, imediatamente depois, a porta está completamente fechada.







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